A arte e o seu forte papel social e terapêutico, junto ao público idoso

Canto Cidadão
30 março 2021

Promover bons encontros entre adultos e idosos pela arte, melhorando sua comunicação e autoestima? E, ainda, a redescoberta de potenciais criativos e habilidade de retenção de memória? Sim, A arte tem forte papel social e terapêutico, em especial no público idoso.

De acordo com dados levantados pelo IBGE (2007), a tendência é o aumento da população idosa no Brasil, que até o ano de 2030 somará um total de 30 milhões. A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o período de 2021 a 2030 como Década do Envelhecimento Saudável, na qual não só a expectativa de vida dessa grande parcela da população aumentará, como também a sua qualidade de vida.

O envelhecimento traz consigo diversos desafios físicos e psicológicos, nesse quadro, a qualidade de vida na terceira idade está diretamente ligada à uma vida ativa e à procura de novos hábitos saudáveis e estímulos para a mente. O incentivo às práticas artísticas em Instituições de Longa Permanência para Idoso (ILPIs) têm se mostrado eficiente como método terapêutico, que em muitos idosos provoca uma auto-resignificação, quando descobrem novos potenciais, por meio da arte (FREITAS, 2017). Sobre isso, Maria Margarida M. J. de Carvalho ensinou em “A arte cura? Recursos artísticos em psicoterapia”: “O uso da arte como terapia implica um processo criativo que pode ser um meio tanto de reconciliar conflitos emocionais, como de facilitar a autopercepção e o desenvolvimento pessoal”.  

Um estudo realizado por discentes do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Católica de Quixadá mostrou resultados positivos, a partir da observação de uma oficina de artes como método terapêutico, em uma ILPI localizada em Quixeramobim-CE. O relato da experiência descreve que a oficina de artes consistia em pintura, como principal atividade, e som  ambiente com música instrumental. A atividade envolveu 25 idosos e tinha duração de aproximadamente uma hora e meia. A experiência mostrou que, ao início da oficina, alguns dos participantes relataram não saber pintar ou desenhar, porém envolveram-se com a atividade ao receberem o apoio e interagirem com os acadêmicos e demais idosos envolvidos, promovendo espaço para expressividade, criatividade e troca de experiências. Ao mesmo tempo, os idosos participantes exercitaram sua capacidade motora e cognitiva, por pinturas, desenhos e esculturas. Mais informações sobre a pesquisa podem ser encontradas no link: http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/eedic/article/view/3801.

Estas informações fortalecem a crença que mobiliza o Canto Cidadão para levar visitas virtuais a lares de pessoas idosas, com acolhimento – diálogos e interações, e pílulas artísticas de palhaçaria, música e teatro, com seus programas socioculturais, em parceria com instituições, em especial o Instituto Velho Amigo.


Texto de Camila Araújo, voluntária do Time de Reportagem do Canto Cidadão.

Fontes

  • FREITAS, E. V. Tratado de geriatria e gerontologia/Elizabete Viana de Freitas, Ligia Py. – 4. ed. [Reimpr.]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
  • Carvalho, M. M. M. J., & Andrade, L. Q. A. (1995). Breve histórico do uso da arte em psicoterapia. In M. M. M. J Carvalho (Org.), A arte cura? Recursos artísticos em psicoterapia (pp. 27-38). Campinas, SP: Editorial Psy II.