[CantoEduca] Participantes do programa socioeducativo do Canto Cidadão exaltam o protagonismo feminino

Canto Cidadão
21 setembro 2021

Conteúdo produzido por Esther Fuentes e Rani Lisboa, integrantes do Time Voluntário de Reportagem do Canto Cidadão.

Existe uma brincadeira sobre o mês de agosto ser muito longo, alguns diriam até “interminável”, o que rende boas piadas na internet. Verdade ou não, da nossa parte aqui na Canto Cidadão agosto acabou por ser curto demais frente às várias histórias e experiências incríveis de mulheres inspiradoras, as quais jamais conseguiriam ser contadas em apenas trinta e um dias.

Assim, este último mês foi marcado por três rodas de conversa realizadas durante os eventos online do Canto Educa com mulheres atuantes em diferentes ramos da sociedade que vão desde as artes cênicas e palhaçaria, passando pela promoção do autoconhecimento e até mesmo pelo ativismo e representatividade política da periferia.

WENDY RAMOS

No dia 04 de agosto tivemos a chance de conhecer um pouco mais sobre a trajetória de vida da nossa primeira convidada, Wendy Ramos. Natural do Peru, Wendy é formada em Ciências da Comunicação pela Universidade de Lima e trabalha como atriz, roteirista, diretora e palhaça profissional. Em sua terra natal, ficou muito conhecida por integrar o elenco do programa de comédia infantil, Pataclaun (1997-1999), sucesso também na Colômbia e no Equador.

Com a finalização deste projeto, Wendy fundou posteriormente a Associação Bolaroja, grupo para a formação de palhaços profissionais com foco na transformação social que permaneceram ativos de 2001 a 2016.

As atividades do grupo eram variadas e incluíam apresentações tanto em espaços artísticos quanto em hospitais, casas de repouso, bairros em situação de risco e até penitenciárias. Para a conversa com a Canto Cidadão, destacamos principalmente a atuação de Wendy com o projeto Doctores Bolaroja.

Inicialmente, o evento contou com um momento de descontração quando pudemos conhecer não somente mais detalhes sobre a carreira da convidada como também algumas de suas curiosidades pessoais relacionadas a viagens, estudos, pets bem como suas impressões a respeito de temas como casa, amor e despedidas.

Logo em seguida, foi apresentada a Wendy uma série de citações, envolvendo desde a superação de obstáculos até a beleza e imprevisibilidade da vida. A ideia com esta dinâmica era que, a partir destas frases, a convidada pudesse usá-las como ganchos para relacioná-las com o universo da palhaçaria.

E o resultado desta interação foi precioso. Com base nestas citações, a conversa pode gerar reflexões interessantes e profundas em torno de diversos assuntos. Entre eles, pode-se citar a importância da criatividade e improvisação, a necessidade de adaptação à realidade hospitalar, além da capacidade essencial aos palhaços de trazer luz às suas imperfeições, aceitá-las e trabalhar com elas de uma maneira leve e divertida, de modo a auxiliar ao próprio público que também se sente à vontade para lidar com suas questões internas.

Seguindo nesta linha, outros tópicos dentro do mundo da palhaçaria foram igualmente abordados como o papel das mulheres, a atuação dos Doctores Bolaroja, a parceria de Wendy com Patch Adams bem como a importância do palhaço em ambientes escolares, limites do humor, o futuro da palhaçaria e a relação entre palhaçaria e autoconhecimento.

A troca de experiências e conhecimentos durante o bate-papo foi mais do que especial e temos certeza de que você vai adorar saber mais sobre Wendy e seu trabalho tanto quanto nós! Caso não tenha visto ou queira rever o evento, é só clicar aqui. Para mais informações sobre Wendy, você também pode acessar seu site pessoal e suas redes sociais (Facebook, Instagram e LinkedIn).

SILVIA MARTIM

Já no dia 13 de agosto foi a vez da Silvia Martim protagonizar um encontro super interessante sobre a influência das vibrações numéricas em nossas vidas. Ela é geminiana, ou seja, carrega em si a essência do questionamento, também é taróloga e CEO da plataforma de consultoria esotérica Oráculos Web desde 2006.

A Silvia iniciou o evento contando um pouco sobre a história da numerologia e como foi influenciada positivamente por ela. Dividiu com os participantes suas reflexões sobre o tema, ressaltou a importância do autoconhecimento, da autorreflexão e de como a vibração da data de nascimento, por exemplo, pode dizer muito sobre quem somos, principalmente características emocionais.

Cada número tem o seu significado, o seu lado luz e sombra. A Silvia nos convida a refletir sobre isso, sobre quem somos, nossos pontos positivos e negativos, quem somos quando estamos só e no coletivo.  Os números são mais um caminho como tantos outros que nos levam a questionar o nosso papel no mundo. Vale muito a pena pesquisar sobre o assunto.

A Silvia também é voluntária no programa Doutores Cidadãos e quando ela põe o nariz vermelho, passa a ser a Doutora Siriema, por isso a convidei para bater um papo sobre a experiência no CantoEduca, para conferir o que rolou, basta clicar aqui. Para mais informações sobre a convidada, você também pode acessar as suas redes sociais (Instagram e LinkedIn)

Confira o vídeo da entrevista concedida, pela Silvia Martim, à Rani Lisboa, integrante do nosso Time Voluntário de Reportagem.

KEIT LIMA

Por último, mas definitivamente não menos importante, o ciclo de conversas foi fechado com chave de ouro no dia 16 de agosto com Keit Lima. Nascida em Recife, Keit se mudou para São Paulo aos 8 anos com sua família em busca de melhores condições de saúde e educação. Ao chegar na cidade, instalou-se no distrito da Brasilândia, local onde começou sua trajetória no ativismo, permanecendo presente na região até hoje.

Dentre suas várias atividades neste campo, destaca-se a sua participação no movimento negro, periférico e feminista, bem como em iniciativas específicas como a Educafro, Marcha das Mulheres Negras e Rede Nacional Feminista Antiproibicionista, além de ter sido candidata à vereadora nas eleições de 2020 pelo PSOL.

Contando com duas graduações, uma em administração e a segunda em direito, ambas pela Faculdade Zumbi dos Palmares, Keit cursa atualmente um MBA em Gestão de Políticas Públicas pelo Insper e reconhece a importância da educação na sociedade bem como o impacto direto que ela teve em sua vida.

Sendo a primeira da sua família a ter oportunidade de cursar uma universidade, ela defende com afinco que a educação é a chave tanto para combater quanto para diminuir a desigualdade social que assola o Brasil, especialmente os grupos mais vulneráveis da periferia.

Durante a conversa, Keit compartilhou um pouco da sua história e como a escola do seu bairro na Brasilândia se tornou o pontapé inicial para seu ativismo político, principalmente ao se deparar com a desigualdade social sofrida não só por ela, mas também pelos demais ao seu redor.

Com apenas 13 anos, Keit se tornou assistente dos professores, auxiliando estudantes mais novos em dificuldades com leitura e escrita. Dentre as várias situações que presenciou, um caso em particular lhe causou grande comoção que foi o de uma aluna que não tinha forças para estudar por estar passando fome.

Além de uma grande tristeza e revolta pela situação de extrema desigualdade e pobreza, este momento também foi um divisor de águas para Keit que a partir daí não só tomou consciência da importância do ativismo, como também passou a adotá-lo como seu propósito de vida. Segundo a convidada, a influência e incentivo de seus professores na época foi crucial para ela seguir em frente com esta missão.

A conversa então seguiu para o debate de diversos temas de grande relevância para a sociedade como feminismo (destacando, em especial, o trabalho de Lélia Gonzales), desigualdade social e o papel ativista da periferia, política e religião bem como representatividade feminina na política.

A questão do racismo foi outro momento particularmente importante do evento. Sendo ele um espinho que vergonhosamente ainda está presente na sociedade, seu debate é mais do que necessário. Isto é, tratar sobre racismo é o único caminho para que as pessoas tomem consciência de como ele está impregnado nas estruturas mais profundas do país e passem a questioná-lo.

De acordo com Keit, estudar sobre o racismo é um passo fundamental, mas é preciso ir além das palavras. Ações práticas são imprescindíveis. Assim, todos os membros da sociedade devem reconhecer sua responsabilidade individual e procurar ativamente combater o racismo estrutural, lembrando do respeito pelo lugar de fala e que, de maneira nenhuma, significa omissão, mas sim consciência de sua posição no debate.

No que se refere especificamente ao papel político representado pela periferia, Keit alerta para a importância de que o ativismo não tenha uma postura de tutela, nem romantize a situação precária das periferias, mas que realmente esteja aberto para ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre as diversas pautas que os afligem e discuta honestamente sobre estes temas. Afinal, os moradores das periferias sofrem diariamente as consequências da desigualdade social e, portanto, são aqueles que mais deveriam ser ouvidos.

Por fim, Keit ainda dividiu um pouquinho com o público sobre sua experiência com a Canto Cidadão e especificamente os trabalhos que participou nos hospitais. De acordo com ela, as vivências que teve nestes ambientes contribuíram enormemente para aprimorar o seu senso de humanidade e também para desenvolver sua escuta ativa para com as histórias daqueles com quem interagia, algo que ela carrega consigo até hoje.

E Keit garante categoricamente que se tornou uma ativista melhor graças ao seu trabalho junto à Canto Cidadão.

A conversa com Keit foi inspiradora do início ao fim e temos certeza de que você também vai se encantar! Caso não tenha visto ou queira rever o evento, é só clicar aqui. Para mais informações sobre a convidada, você também pode acessar as suas redes sociais (Facebook, Instagram e LinkedIn).


Neste vídeo, confira um papo do Time Voluntário de Reportagem, representado pela Rani Lisboa, com a Silvia Martim, voluntária dos Doutores Cidadãos – programa de palhaçaria em hospitais e lares de pessoas idosas.

Durante o papo, a entrevistada falou sobre a sua participação voluntária no CantoEduca, como facilitadora de uma oficina sobre numerologia, que faz parte de sua ocupação profissional.

O papo está imperdível, e traz diversos temas importantes sobre o voluntariado, dentro e fora do Canto Cidadão, passando pela desenvolvimento humano e chegando ao coletivo. Também, a preparação inicial e continuada dos elencos voluntários. Confira!

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