Boa tarde, como vão? Bora conhecer um pouco mais sobre as carinhas que fazem parte do voluntariado do Canto Cidadão? Confere essa entrevista com a Adriana de Fátima Nunes Lima (Drika Nunes), integrante do elenco voluntário da Palhaçaria e do CantoRia:
Qual sua idade e onde você nasceu? 53, em Sampa.
Há quanto tempo faz voluntariado? Desde 2012.
Como o voluntariado mudou sua vida? Mudou além da forma de ver, a maneira de relacionar e priorizar as coisas na minha vida, pra fazer caber no tempo.
O que você deseja viver no voluntariado em 2024? Desejo que em minhas atuações, eu esteja presente 100% entregando com qualidade e responsabilidade o que escolhi fazer na vida.
Um momento marcante que viveu voluntariando com o Canto Cidadão? Atender a uma garotinha bem pequena na UTI, vítima de um incêndio no centro da cidade provocado (pelo que saiu na mídia) por uma briga dos pais dependentes químicos e ela estava abandonada e toda queimada. Eu contava histórias bem baixinho e ela acompanhava com os olhos. Outro “caso” foi um senhor que morava no HC e eu o visitava sempre, ficava esperando para encontrá-lo e ele tinha um vozeirão de quem cantou na noite em um hotel bem famoso de Sampa e ele me conhecia. Uma vez, cheguei e havia outro paciente com o filho no mesmo quarto e eu estava falando com esse paciente e recebi do nada um abraço cheio de lágrimas desse senhor. O meu querido J. ficou enciumado e começou a cantar alto, pigarrear e não quis conversar comigo naquela noite. O outro senhor entendeu e tentou fazer amizade dizendo que eu era visita dele, que não precisava ficar bravo. Durante a pandemia pensei muito no senhor J. Fui vendo seu declínio antes do isolamento e não pude me despedir. Uma grande memória e saudades (agora, lágrimas em lembrar).
O que é voluntariado para você, em uma frase? É servir a vida com gratidão.
O que é o Canto Cidadão para você, em uma frase? Um caminho, uma direção nesse servir com qualidade.
O que falta para o Brasil se tornar um país mais justo? Falta muita coisa, a primeira, vontade individual e coletiva.
Quais seus hobbies? Cantar, dançar, caminhar.
Quais as pessoas mais importantes da sua vida? Minha família.
Um sonho de infância? Voar.
Um sonho importante pra você hoje? Voar pelo mundo inteiro levando e fazendo histórias.
Qual seu signo? Peixes.
Se você fosse um animal, qual seria? Cachorro (tenho 4).
Se pudesse ser um personagem, qual seria? Nasrudim Coja.
Qual seu emoji favorito? ✈️
Qual seu prato de comida favorito? Lasanha.
Qual música não pode faltar na trilha sonora da sua vida? “Viva la vida” do Coldplay.
Se tivesse uma máquina do tempo, gostaria de voltar ao passado, ou viajar para o futuro? Voltaria para estar mais tempo com as histórias dos meus avós.
Se pudesse se tornar fluente em qualquer idioma por mágica, qual escolheria? Francês e espanhol.
Sua estação do ano favorita? Verão, clarooooo.
Sua cor favorita? Colorido (turqueza, vermelho, laranja) bem “cheguei”!
Uma dica cultural: Lucélia Sérgio do @oscrespos (peça “De mãos dadas com minha irmã”). Histórias não contadas secam até a morte e com elas morre toda uma cultura ancestral. E sobre as histórias é importante que se saiba que as histórias não aconteceram, nem vão acontecer, elas estão acontecendo neste momento, são o tempo todo atualizadas no agora.
Um recado: Durante muito tempo eu esperei ficar bem boa em algo pra iniciar. Percebi que nunca ficava boa o suficiente e por isso não começava nunca nada. Esperava 100% de crescimento, mudanças… Um salto quântico. Hoje reconheço minhas incapacidades e sigo aprendendo, porque o tempo vai passar de qualquer jeito, então busco aprender coisas novas sobre mim e o mundo todos os dias e vou mesmo com medo e sem estar pronta nunca.
Valeu pela parceria, Drika! ✈️