O Canto Cidadão abriu, no dia 26 de fevereiro, as inscrições para o PIP 2021, que seguem até 19 de março, próxima sexta. Saiba mais, clicando aqui.
Mas você sabe do que se trata o PIP?
O PIP, ou Programa de Identificação de Perfil, é o processo de entrada para o treinamento de novas turmas de voluntários e voluntárias no Canto Cidadão. Essas turmas irão ajudar a acrescentar membros novos para os elencos dos Doutores Cidadãos (palhaçaria) e para o EnCanta (ludicidade, cultura e educação).
E, não se engane, o programa não é um processo seletivo onde são observadas competências e talentos, exclusivamente. Ele funciona, sim, como uma forma de entender a responsabilidade que o voluntariado exige, o compromisso com o qual os voluntários e voluntárias estão se envolvendo, a responsabilidade e a parceria entre o Canto Cidadão, os voluntários e voluntárias e as pessoas que são atendidas pelos programas.
A responsabilidade é um dos pontos principais em todo o processo. Responsabilidade em saber que o que está sendo oferecido pelo voluntário não configura apenas como uma obrigação, mas, sim, como algo que você deseja fazer, por consciência.
Carolina Lopes, 20 anos, estudante de Publicidade e Propaganda já é voluntária há um ano no EnCanta e diz que “fazer voluntariado é levar cor para a vida das pessoas, assim como para a minha. Muitas vezes caímos em rotinas e acabamos esquecendo de olhar pra nós mesmos, esquecemos de alimentar nossa criança interior. Com o voluntariado isso renasce da mais pura forma. Em um mundo cheio de mentiras, tragédias e coisas ruins, ter alguém para provocar um sorriso no nosso rosto é fundamental para a nossa evolução como seres humanos. Pra mim, ser voluntário é sentir o lado bom da vida”.
Carolina participou do PIP 2020, que ocorreu de maneira remota, assim como será o de 2021. Ela sempre se interessou por serviços voluntários, mas encontrou sua oportunidade com o Canto Cidadão, por envolver arte e levar adiante essa forma de expressão. Ela diz:
“O que mais me chamou atenção no Canto foi a transparência e o uso intenso de arte, em muitos aspectos. Todos os programas são de imenso cunho artístico e lúdico e isso me encanta, porque eu sei que traz energia para as pessoas que fazem e recebem. Ninguém faz arte sem gostar do que está fazendo. E conforme eu fui pesquisando sobre a instituição, vi que honestidade e carinho pelo trabalho oferecido eram pontos fortes e bem trabalhados. Para mim isso é essencial.”
Dentro do EnCanta, a estudante de Publicidade e Propaganda participa de atividades lúdicas e culturais – que estão ocorrendo de forma online – e envolvem encontros com contação de histórias, teatro, música, artes plásticas, e outras atividades. Mesmo com visitas à distância e sem muito contato com os pacientes, ainda é possível experienciar e perceber como o programa faz a diferença, na vida de voluntários e pacientes.
Carolina relata, ainda: “acabei adoecendo por diversos motivos. Quando eu percebi que a cura para isso era me abrir, entendi que precisava me rodear de coisas boas, para que essas energias positivas retornassem a mim de forma sincera e verdadeira. Eu sabia que só faria bem para mim, e, conforme o levar da vida, tive a oportunidade de realizar isso e confirmar o que eu já acreditava”.
Assim como Carolina, Melissa, que estuda Medicina, também relata que o trabalho voluntário a ajudou a superar seus problemas e entender melhor suas dificuldades: “As minhas práticas na faculdade pararam devido a pandemia, há um ano. Voltaram algumas vezes, mas a maioria dos dias estou em casa. Desenvolvi um quadro de ansiedade-depressão no ano passado, foi um momento bem crítico e difícil, mas consegui me reerguer uns 4 ou 5 meses depois. Eu só consegui levantar por começar fazer atividades com e pelos outros. E prometi pra mim mesma que realizaria esse sonho de voluntariado, que além de ajudar alguém, tenho certeza que vai me deixar melhor ainda”.
Ela está participando do PIP 2021 e pretende entrar para o projeto de Palhaçaria, os Doutores Cidadãos, que atuam em hospitais atendendo pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde, principalmente com adultos e idosos. Em formato online desde o início da pandemia, o grupo promove encontros que tem como objetivo “estabelecer uma relação, ainda que breve, pautada pela declaração de respeito ao lugar do outro e torcida pelo seu bem-estar, buscando a melhor mistura entre acolhimento e comicidade”.
Para Melissa, “o voluntariado é um tipo de ação que todo mundo precisava fazer, uma vez na vida, no mínimo. Acredito que é uma relação mútua de trocas, de aprendizados, de troca. Acredito que posso ajudar alguém, e que isso me dê um retorno como pessoa também”.
As duas estudantes têm contato com pessoas que fazem trabalho voluntário, o que pode ser um fator de importância na hora de escolher fazer um trabalho voluntário e também para que elas entendam as responsabilidades que envolvem a atividade.
Depois de um ano atuando no EnCanta, Carolina diz que está “vivendo a melhor fase da minha vida. Muitas coisas seriam mais fáceis para mim se eu tivesse esse tipo de ação na minha vida antes. Em um ano como voluntária, sinto que evolui e cresci completamente. Minha cabeça mudou, minhas relações mudaram e tudo isso foi para melhor. E eu sou imensamente grata. Para mim, uma das melhores sensações é o ‘pós’ de alguma visita. Sinto que meu corpo inteiro fica transbordado de calor humano, amor, felicidade. Não há sensação igual a essa e o bem que me proporciona é imensurável. Fazer o bem me faz bem e eu quero isso pra minha vida, sempre. Não tem por que eu querer o contrário. E o Canto Cidadão me possibilita isso”.
Se você se identificou com os depoimentos da Carolina e da Melissa e está interessado ou interessada em participar do Programa de Identificação de Perfil (PIP 2021), basta clicar no botão, abaixo, e saber mais sobre todo o processo.
Texto de Naila Ferreira, voluntária do Time de Reportagem do Canto Cidadão.