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[Perfil do Voluntariado] Patricia Cerdá – CantoRia
Confere essa entrevista com a Patricia Cerdá, integrante do elenco voluntário do CantoRia.
Um pouco sobre o que senti durante a formação.
É natural do ser humano ao se sentir desafiado tentar se superar. Seria bem fácil captar voluntários e sem treinamento os colocar para atuar. O treinamento e as tarefas nos faz tomar consciência do nosso papel, enquanto voluntários, mas principalmente enquanto cidadãos.
A cada tarefa me senti sendo acordada a exercer o meu papel. Não guardar o voluntário na maleta, e exercê-lo em outros momentos. Difícil a tarefa de contaminar pessoas com uma coisa que você acredita.
Durante a semana de limpeza da praça, convidei muitas pessoas. Porém no momento marcado quase ninguém apareceu. E eu ali, sozinha na frente da minha casa, com uma roupa colorida limpando tudo. Foi então que algo mágico aconteceu antes de meus convidados chegarem. Algumas pessoas me pararam para saber o que eu fazia, e opinaram, me ajudaram e me deram o abraço grátis.
Percebi que basta provocar, as pessoas respondem. É natural que algumas pessoas desistam durante o processo. Porém, para mim o que fica é a importância de saber o quão sério é o nosso trabalho.
No primeiro estágio fiquei bem ansiosa. Achei que não saberia sair das situações, porém os Monitores são geniais e os pacientes generosos. Talvez no fundo esteja implícito que estamos numa relação humana, onde errar faz parte.
O primeiro atendimento sem monitor foi genial. Aconteceram várias coisas que já sabíamos através da cartilha. Demoramos mais de vinte minutos para entrar. Ninguém sabia quem éramos mesmo depois de seis meses estagiando lá. As enfermeiras, nossas conhecidas de vários atendimentos, diziam não se lembrar. No terceiro quarto a paciente tirou a meia para mostrar o pé que seria amputado.
Quando perguntamos a um paciente onde ele morava, ele disse ser morador de rua. Bem, situações descritas na formação e na cartilha. O melhor de tudo foi a tranquilidade do trio nesta atuação. Estávamos preparadas.
Não acho que estamos prontas, também não acho que em algum momento estarei. Lidamos com seres humanos e cada atendimento é diferente. Sei, contudo, que a formação séria, os estágios, a cartilha, as conversas, o amparo dos monitores faz com que eu me sinta mais forte.
Um beijo grande e obrigada por tudo.
Dra. Corujetti
A Dra. Corujetti integra a turma 35 de Doutores Cidadãos e finalizou a fase de estágios em julho. Se você quer saber qual o processo para ser um Dr. Cidadão escreva para info@cantocidadao.org.br.
Confere essa entrevista com a Patricia Cerdá, integrante do elenco voluntário do CantoRia.
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