Conteúdo produzido por Jaqueline Belo, voluntária do Time de Reportagem do Canto Cidadão
Ligar a televisão só vem machucando o meu coração. Guerras, guerras e mais guerras. Estou farta. Sim, eu sei. Quem não está? Talvez, as pessoas me entendam, em momentos como esses, em relação ao porquê eu dizia que não queria crescer. Os adultos correm tantos riscos de se tornarem cruéis; crescem e esquecem, rapidamente, de tanto e quase tudo.
Eu amo ver pessoas sorrindo e, certa vez, li uma frase que dizia mais ou menos assim: dá para saber bem quem é uma pessoa vendo do que ela sorri. E eu penso que exista muita verdade aí, sabia? Pessoas cruéis, por outro lado, riem da maldade, da exploração, da humilhação.
É bom rir de coisas bobas, tipo quando a gente tropeça na rua; da careta do bebê e do cachorro correndo atrás do rabo – esta é a melhor, afinal, por que será que eles se empenham tanto, nisso? Eu queria que todo mundo pudesse rir de coisas bobas, assim, mas eu sei, nem todo mundo vive em um lugar que se pode rir de cenas cotidianas, pois para algumas pessoas essas cenas são escassas.
Seria perfeito se existisse um mundo iluminado, onde as lágrimas fossem de pura felicidade. Além do arco-íris, como canta a pequena Dorothy, deve existir um mundo assim. Eu acredito nisso e você? E, mais: a terra do nunca deve ser real, o Peter Pan reina lá. E, quer saber a melhor parte? O capitão Gancho se tornou um bom rapaz!
Ah, já sei, vai dizer que sou boba, né? Mas, desde o inicio, eu já me adiantei dizendo que nunca quis virar adulta e, na verdade, como diz o Pequeno Príncipe, o crescer nem é o preocupante, mas, sim, o esquecer.
Enquanto os seres humanos se esquecerem, tudo vai piorar. Esquecer-se do quê? Oras, de si mesmo, do amor e da risada boba. Essas coisas não podem ser deixadas e é por isso que continuo aqui, olhando para o arco-íris e acreditando que um dia, crianças que sofrem nas guerras, mães que perdem seus filhos amados e todos aqueles que vivem uma vida tão escura possam desfrutar de um bom lugar.
Eu vou ensinar isso aos meus filhos e, se possível, aos meus netos, também. O que será que pode acontecer se mais gente, cada vez mais gente, espalhar a crença e a esperança de um mundo de paz, o amor que você preservou da infância? Para isso, o caminho parece ser não permitir, nem por um segundinho, que a criança interior vá embora. O mundo já esta cheio de adultos, e como podemos ver, eles não estão se saindo lá tão bem. Além do mais, se quiser enxergar e até mesmo morar no fantástico mundo depois do arco-íris, eu te garanto uma coisa: é preciso ser como criança.