Palhaçaria do Canto em Guaxupé com a Voluntária Flávia Wasa

Canto Cidadão
14 março 2024

Boa tarde a todos e todas! Hoje a gente traz um relato especial de uma voluntária que levou as sementes do Canto Cidadão para brotarem lá em Minas Gerais…

A Flávia Wasa, nossa voluntária do EnCanta e da Palhaçaria, veio nos contar um pouco sobre o trabalho artístico que vem realizando há um ano em Guaxupé, a cidade em que vive, tomando como referência as atuações da Palhaçaria do Canto Cidadão:

“Parece que quando eu olho para trás na minha vida, era isso que eu sempre queria fazer. E não tinha muito bem identificado isso em mim, no meu ser.

Não vim de uma família de artistas ou pessoas que valorizam mesmo a arte. Que para além de valorizar, que tem conhecimento mesmo, sabe? Me formei em direito, fui mãe muito nova, então ali até os meus 40 anos o meu foco era isso. Era formar as minhas filhas, pois era mãe solo, completamente independente – de afeto e de dinheiro – desse pai ausente, dessa paternidade irresponsável.

Quando eu me permito olhar para mim, para o meu desejo, para a minha história e ver para onde meu coração batia, eu já estava morando em São Paulo e eu esbarrei no Canto Cidadão. E foi aos poucos, primeiro voluntariei com o EnCanta, depois com a Palhaçaria e cada vez o meu coração ia batendo mais forte. Ter sido admitida no Encanta, uau! Pensei: “O que será isso?” Entrar pela primeira vez em um hospital para levar a arte… era uma coisa que eu falava: “gente, esse Felipe Mello é meio louco, né?” A cada etapa desse processo, ter contato com os meus parceiros de cena, cada parceiro ali agregando nesse processo todo.

O Hospital de Guaxupé me procurou, e eu vi que existia a possibilidade de levar o trabalho exato da Palhaçaria do Canto Cidadão para o Hospital de Guaxupé, pois é isso, uma réplica, uma cópia idêntica. A maioria das pessoas pensa que é o Patati Patatá fazendo gracinha lá dentro do hospital, né? É muito diferente você ver um trabalho desse de longe e ver de perto, ver como o Canto leva as coisas a sério, com treinamentos e acompanhamentos dos palhaços e palhaças, e a responsabilidade que é estar ali dentro. Da responsabilidade que é vestir um figurino, em tudo, quando a pessoa bate o olho nessa figura do(a) palhaço(a).

É muito forte, a gente faz aqui cinco turnos na hemodiálise, as clínicas médica e cirúrgica e também tudo do SUS. E é muito diferente de São Paulo, né? Porque aqui a gente é cidade pequena. Então, esses pacientes, assim como eles falam que a enfermagem é a família deles, nós também passamos a ser.

A gente começou em maio de 2023, estamos aí para completar um ano de trabalho. No mesmo ritmo, seriedade e responsabilidade que é o trabalho do Canto Cidadão. É um sentimento de gratidão, de muita alegria, de lugar no mundo encontrado mesmo.”

Que as sementes do Canto Cidadão ainda brotem em muitos outros lugares. Obrigada pela parceria Flávia, e vamos juntos pela arte e pela vida.