Paspalito | Paulo Henrique | Voluntário da Palhaçaria do Canto
"Um dos melhores encontros foi de uma senhora que estava acompanhando a filha que estava dormindo. Ela tinha cara de brava, achamos que ela nem ia querer nossa visita mas ela mandaou a gente entrar. Embora ela fosse bem marrenta ela se mostrou ser uma pessoa bem resiliente e positiva e conseguimos arrancar umas boas risadas dela. Essas risadas foram um belo presente para nós."
Em resumo: foi maravilhoso!
Meire | Voluntária do CantoRia
"Os idosos inicialmente estavam tímidos, mas logo começaram a cantar e com a ajuda das cuidadoras, também dançaram.
Uma alegria contagiante que claramente nos deixou felizes também. Ao final, era perceptível a alegria dos idosos e a nossa, pois foi a primeira atuação neste lar, e então queríamos dar o nosso melhor e acredito termos conseguido levar risos, danças e lembranças. Em resumo, foi maravilhoso."
Miudinho da vida
Miolleta Flor | Liliane
"Tem uma frase muito famosa no cuidado que diz: 'O sofrimento humano só é intolerável quando ninguém cuida'.
Envelhecer muitas vezes é solitário e doloroso. O corpo dói, a respiração é difícil. Deglutir se torna uma desafio. Creio que seja por tantos sapos que vamos engolindo. Por isso estar na geriatria é sempre uma caixinha de surpresa. A conexão é feita em pequenas gestos. Um olho que se abre para tentar ver melhor, um balbuciar mais animado e de difícil compreensão. Uma palma... é no miudinho, é na presença. E foi assim com o Sr. J., que estava se alimentando de olhos fechados e abriu os olhos para ver o coloridos que estava acontecendo no quarto. E não fechou mais até nossa saída. E a Sra. N., 98 anos, que sorria a cada fez que falávamos que ela era amada. A cada agradecimento e reverência que dávamos. Foi uma paixão a 1⁰ vista. Na Geriatria , todo o detalhe é celebrado e vivido com a intensidade de uma vida inteira. E se tem algo mais potente que isso, nós desconhecemos. Uma alegria começar o ano reforçando a importância do miudinho da vida e na presença."
Palavra do dia: empatia!
Maritaca Fusilli | Flávia | Voluntária da Palhaçaria do Canto
"Uma calma no hospital. Onde havia poucos internados. E lá íamos nós pelos corredores descobrir um pouquinho da história de cada um ali. Colher um palavra, um sorriso, um afeto. Várias reflexões sobre o momento do paciente. O quão devemos ter empatia, e respeitar esse momento. Palavra do dia: empatia!"
Sentimentos visíveis e palpáveis
Desirée | Voluntária do EnCanta
"Na primeira atuação no Saica em 2025, houve uma conexão que criou um vínculo profundo entre todos e tudo fluiu de forma inspiradora. A receptividade e a motivação das crianças possibilitou momentos de interação e criatividade. Todas as atividades foram realizadas em roda, o que foi muito importante para que todos pudessem se olhar e se ouvir. Tivemos o alongamento, em que cada criança propôs um movimento, para dar lugar ao seu protagonismo e valorizar a sua ideia, fortalecendo a identidade de cada um. Na brincadeira, uma adolescente, que no início disse que só ia assistir, não resistiu e entrou na roda; o que me deixou muito feliz, pois ter a participação de um adolescente espontaneamente é gratificante. Fizemos a leitura coletiva do livro "Os Olhos do Jaguar", junto de uma conversa sobre a mensagem da história. Compartilhando as impressões, foram provocadas reações positivas em todos; e isso foi o ápice para que, na atividade de confecção da máscara do jaguar, todos deixassem eclodir seu lado artístico com cores e brilhos. Cada vez mais, acredito que a arte faz desabrochar o que temos de melhor, permitindo que os nossos sentimentos extravasem, tornando-se visíveis e palpáveis, como as lindas máscaras que as crianças fizeram. Viva a arte pela vida!"
Sorrisão enorme e o Ukulele
Vanessa | Voluntária do CantoRia
"Ahhhh, esse lar é muito especial! O grupo já havia feito uma atuação la e eu não estava presente, mas foi um dia movimentado e cheio de comentários positivos no grupo de whatsapp. Nessa atuação eu entendi o porquê. Uma energia maravilhosa! Fomos muito bem recebidos pelos idosos que pareciam estar bem animados com a visita. Enquanto ainda estávamos passando 'Borbulhas de amor'” antes do início da apresentação, Sr. A. chegou no salão antes dos demais com seu Ukelelê na mão. Entrou na roda e ficou nos observando atentamente, abrindo um sorrisão enorme toda vez que olhávamos para ele durante a passagem da música. 'Fingia' tocar seu ukelelê acompanhando os instrumentistas. Uma conexão especial!"
Fábio Jr.
Vanessa | Voluntária do CantoRia
"Sra. S., uma das idosas do lar, nos pediu se podíamos cantar 'Alma Gêmea' do Fabio Jr. para ela. Ela ja havia pedido da última vez que estivemos nesse lar, e quando soubemos que seria lá, até pensamos em ensaiar na semana anterior para cantar pra ela, mas a visita a esse lar foi antecipada e não deu tempo. Fizemos à capela, mesmo sem ensaio (e de minha parte, com bastante insegurança). Mas enquanto cantávamos, ainda que não tão afinados devido à falta de treino, Sueli se emocionou e seus olhos marejaram de lágrimas. Ali me lembrei do que eu ja sabia: tão importante quanto à qualidade do trabalho que queremos fazer e levar à eles, é a potência do nosso encontro. É a energia, a interação, o acolhimento. São as memórias, as lembranças, os significados. A vibração daquelas pessoas e daquele lugar depois do nosso encontro. O abraço apertado da dona Sueli, emocionada, nostálgica e agradecida. Tão agradecida quanto eu, pela oportunidade de fazer parte desse momento."
Joinha e emoções
Angela | Voluntária do CantoRia
"Foram muitos momentos especiais - havia o senhor que ficava fazendo sinal de 'joinha' durante quase toda a apresentação, e que falou várias vezes que cantamos muito bem. Teve o senhor que fazia colares lindos com sementes naturais e presenteou duas de nossas voluntárias. Algumas pessoas ficaram bem emocionadas durante a música 'Como é grande o meu amor por você' e 'Carinhoso'."
Poxa tia, fica mais um pouco
Vanessa | Voluntária do EnCanta
"Já havia tentado expressar de muitas formas essa vontade forte de impactar positivamente a vida das pessoas, porém somente agora sinto que realmente estou no caminho de poder fazer alguma diferença, e não só pelas crianças que entramos em contato [...] Principalmente nos SAICAs pude sentir profundamente o quão especiais e importantes esses encontros são para elas. É de partir o coração ouvir: 'Poxa tia, não vai, fica mais um pouco.' [...] Sinto profunda gratidão por ter encontrado esse grupo de artistas que compartilham dos mesmos propósitos e ideais e se reúnem na maior alegria para juntos se aperfeiçoarem e assim poderem fazer cada vez melhor pela arte e pela vida."
É impossível mensurar!
Erika | Voluntária do elenco teatral do Canto Cidadão
"Sobre ser voluntária: o trabalho voluntário pra mim sempre foi uma possibilidade de me conectar e aprender. Acho curioso quando as pessoas entendem essa atuação como um simples ato de generosidade com o outro pois, quem atua, recebe tanto em aprendizados e bons encontros que é impossível mensurar. Na maioria das vezes sinto que recebo muito mais do que dou."
Bem-estar em mão dupla
Fernando (Bidi) | Voluntário do elenco teatral do Canto Cidadão
"Faço parte do Canto desde 2007 e hoje participo do projeto Arte em Todo Canto, apresentando a peça Tibúrcia. Desde que entrei no Canto, meu intuito sempre foi e continua sendo a possibilidade de alegrar as pessoas, seja nos hospitais ou em nossas apresentações. Ver o sorriso das pessoas que se divertem com nossas piadas ou se emocionam em nossas peças, me dá uma alegria que apenas devolvo, em forma de atuação e comprometimento com o Canto e meus amigos de elenco. Não é algo que faço somente pelo bem-estar alheio, mas é algo recíproco, onde eu também ganho muito, e é isso que me motiva até hoje, além dos laços de amizade que criei em todos esses anos."
Bons Encontros e Sra. Da Hora
Tortecas | David | Voluntário da Palhaçaria do Canto
"Hoje foi um dia novo. Nova casa, dizia que fui transferido de unidade. A escolha de ir para um novo hospital é a de sair do cômodo e vivenciar um novo. O hospital é imenso, me senti tão pequeno dentro daquela imensidão. Porém, os encontros de hoje foram preenchidos por amor. Foram várias histórias de pacientes e acompanhantes envoltos no amor e doação ao próximo. Embora estivéssemos ali para comunicar, grandes encontros aconteceram e nos comunicaram algo de volta também. A história do pão amassado que se transformou em 40 e pouquinhos anos de amor, que gerou 6 filhos, 20 netos e 4 bisnetos; a história da Sra. Da Hora que tem 89 anos e é artista, viaja expondo quadros, o professor de educação física que era atendido por uma de suas alunas, e embora essas grandes figuras estejam dentro de uma instituição que de certa forma gera impotência, eles não se resumem a isso, desejam o amor e que esse se dissipe, que vá aos outros. Desejam amar e sair amando... viva o amor. Viva os bons encontros!"